As 1001 noites, uma birra e o destino da sua empresa

A gente vem a ouvir rádio no trânsito e o pensamento começa a viajar.

Para mim, há uns dias, a viagem começou com uma crónica do Carlos Vaz Marques na TSF sobre o Livro do Dia. O desse dia, que fiquei cheio de vontade de comprar, foi uma tradução das 1001 noites originais – sem o Aladino, o Sinbad e o Ali Babá, que, apesar de serem as histórias mais conhecidas, são acrescentos ocidentais, que não constavam da compilação árabe.

“Mais do que sistemas, desenhamos felicidade”. Foi com este tema que, em 2015, a comunicação da Novabase exprimiu a promessa central da marca: tornar a nossa vida “Simpler and Happier”. A mesma ideia transformou-se, pelas mãos da Hamlet e da Musse Ecodesign, no “O Código da Felicidade”: o mote da brochura institucional da empresa, que acompanha o Relatório e Contas de 2014.
Com a ajuda da Hamlet, a Novabase usou histórias do quotidiano com finais felizes para falar de tecnologia. Assim nasceu “O Código da Felicidade”: a brochura institucional da Novabase, que acompanhou o Relatório e Contas da empresa.

Não sei se acontece consigo, mas a mim (e a milhões de leitores desde que o livro foi introduzido na Europa, no século XVII), a história de Sherazade e da sua estratégia de sobrevivência põe logo a fantasia a funcionar. É ou não irresistível a ideia de uma condenada à morte que, para sobreviver, vai encantando com narrativas, noite após noite, o seu verdugo?

Hoje, no entanto, provavelmente porque era nisto que já vinha a pensar, Sherazade fez-me lembrar foi na sua empresa. E ao mesmo tempo numa coisa com que embirro, que é o tal do “storytelling”.

Pense nisso: “storytelling” quer dizer o quê, ao certo? Quer dizer “Contar histórias” – algo que a língua portuguesa consegue perfeitamente expressar. O facto de aparecer em inglês, e ser apresentada por uns e por outros génios do marketing como uma coisa nova, uma descoberta que veio mudar tudo, é o exemplo acabado da mistificação. Areia deitada para os nossos olhos. Ou, se quisermos, “dustthrowing”. Fica ou não mais chique, assim em inglês?

Iniciativa Heróis PME
O programa Heróis PME, criado com a ajuda da Hamlet, convida empreendedores de todo o país a partilharem as suas histórias mais inspiradoras. E assim permite à Yunit Consulting ganhar visibilidade, leads e um posicionamento diferenciador. Saiba mais sobre os Heróis PME aqui.

O que a princesa Sherazade nos vem lembrar é que o dito storytelling, como estratégia de sedução, é velho como as 1001 noites. E se as suas histórias continuam a encantar-nos, é porque a estratégia não perdeu, com os séculos, nem um grama da sua eficácia.

O marketing e a publicidade também não descobriram isto ontem. Souberam-no sempre – e foi sempre com grandes histórias que fomos seduzidos a gostar de grandes marcas.

De Sherazade para a minha birra, como vê, a viagem do meu pensamento foi curta – e daí para a sua empresa, mais curta ainda.

Ter boas histórias para contar, e assim manter encantado o seu cliente, é para a sua empresa o mesmo que para a nossa princesa: uma questão de sobrevivência. Como o rei da narrativa árabe, o seu cliente tem poder de vida ou de morte sobre o seu negócio. Agarre-o com uma boa história, e a promessa de outras, ainda melhores, amanhã, e ele manterá a sua marca viva (e próspera) por muito mais do que 1001 noites.

Jayme Kopke

Categorias:
Comunicação de marketing, content marketing, cultura, marketing de conteúdos
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