Hoje já não tenho um cão. Mas, quando tive, a minha vida profissional ganhou um benefício inesperado.

Todas as manhãs, com chuva ou com sol, levava-o ao seu passeio. Que era também o meu – e o meu momento de pensar.

Quase sempre, quando voltava para casa, já vinha com algum problema resolvido. Uma campanha. Uma ideia para promover a Hamlet. A solução para algum conflito.

Lembrei-me disto por causa de uma conversa com a Susana Barros – que pode ouvir no episódio 63 de Marketing Business-to-Business – o Podcast.

Segundo a Susana, uma dificuldade nas empresas é que os seus líderes não se dão o tempo de parar para pensar.

Estão – estamos – condicionados para a ação. É a nossa zona de conforto.

Parar traz culpa: parece que estamos a roubar tempo à empresa.

Ainda mais quando gastamos esse tempo a simplesmente pensar: uma atividade cujo sucesso nunca é garantido.

E que ainda por cima traz riscos: pode levar a pôr em causa o que fazemos, e obrigar a começar tudo de novo.

Pior do que esse risco, no entanto, é o de continuar a fazer tudo como sempre, mesmo sem saber aonde nos leva.

Que é o que vejo acontecer em muitas empresas, pelo menos na área que conheço melhor: a comunicação de marketing.

Anunciam, publicam, estão nas redes. Mas não pararam para pensar na razão de o fazerem. E, depois, ficam tristes com o resultado.

Se não quer que seja assim na sua empresa, na sua carreira ou na sua vida, deixo-lhe uma sugestão.

Incorpore na sua rotina um momento de parar e pensar.

Pensar nos seus objetivos. No que está a funcionar, ou não, no seu marketing. Brincar com novas ideias e possibilidades.

Pode fazê-lo sozinho ou com a sua equipa. Uma vez por semana. Uma vez por mês. No mínimo, uma vez por trimestre.

Mas o melhor mesmo é fazê-lo todos os dias – nem que seja só por uns minutos.

Ter um cão para passear não é obrigatório.

Mas olhe que ajuda.