Vamos falar de coisas feias?

Por trás das decisões “racionais” de muitas empresas há quase sempre outras razões. Algumas até são confessáveis, outras, nem por isso. E há as que nem sequer são conscientes. Em qualquer dos casos, que implicações têm essas motivações escondidas para a sua comunicação B2B?

Veja lá se já não lhe aconteceu uma situação assim.

A comercial de uma empresa parceira da Hamlet fora apresentar a um cliente uma ferramenta de RH. Um dos diretores presentes à reunião começou a desfiar objeções. Todas, racionalmente, faziam sentido – e a comercial até tinha resposta para elas. Mas a sua experiência pareceu detectar, por trás de tantas razões, uma razão mais forte.

A nova ferramenta automatizava o que era, até aí, o trabalho do tal diretor. Será que se sentia ameaçado? Hmm…

As decisões das empresas têm a fama – ou, pelo menos, a pretensão – de serem racionais. Mas, em muitas delas, procurando bem, há outras motivações escondidas. Podem ser, como neste caso, coisas não muito bonitas: medo, inveja, ciúme. Tudo o que faz a pequena política das empresas.

Mas também podem ser motivos mais confessáveis. Para uma empresária com que lidei, ter a sede da empresa num certo endereço era realizar um sonho de infância. Um pouco mais longe do centro havia opções bem mais baratas – e racionais, como argumentou o diretor financeiro. Mas nem sequer foi ouvido.

Podíamos pensar que motivações destas são a exceção – e que o grosso das nossas opções de negócio é baseado nos números de uma planilha. Mas eu não punha a mão no fogo por isso.

As decisões empresariais são, sim, quase sempre sustentadas por argumentos racionais – só que estes frequentemente são encontrados depois, e não antes, de tomada a decisão. Noutras palavras, são racionalizações. O Excel aceita muita coisa.

Para o marketing das empresas B2B, a consequência é que a comunicação tem de se dar em dois níveis. Por um lado, tem de confortar a motivação mais funda do decisor – seja ela confessável ou não. Mas também tem de lhe dar os argumentos racionais que lhe farão falta para defender – mesmo perante si próprio – aquilo que decidir.

Por isso, quando se diz que a comunicação no mundo business-to-business tem de ser mais racional do que do que no consumo, não deixa de ser verdade. Só não é a verdade toda.

Jayme Kopke

 

Categorias:
Business to business, Comunicação de marketing, Marketing B2B, pessoas, Vendas
partilhe
Facebook
linkedin
Whatsapp
email
fechar
close
Newsletter B2B da Hamlet - A sua fonte de conhecimento e atualização contínua sobre marketing e comunicação business-to-business
Em conformidade com o Regulamento Geral da Proteção de Dados da União Europeia, informamos que ao clicar "Subscrever":
1) Aceita receber as nossas comunicações por email.
2) Autoriza que as informações que forneceu sejam transferidas para o nosso parceiro de marketing Mailchimp para processamento.
Saiba mais sobre as práticas de privacidade do Mailchimp.
close

Newsletter B2B da Hamlet

Precisa vender ou comunicar com empresas ou públicos profissionais? Bem-vindo à Newsletter B2B da Hamlet. A sua fonte de conhecimento e atualização contínua sobre marketing e comunicação business-to-business.
Em conformidade com o Regulamento Geral da Proteção de Dados da União Europeia, informamos que ao clicar "Subscrever":
1) Aceita receber as nossas comunicações por email.
2) Autoriza que as informações que forneceu sejam transferidas para o nosso parceiro de marketing Mailchimp para processamento.
Saiba mais sobre as práticas de privacidade do Mailchimp.