Quem tem medo do marketing digital?

8 de março de 2019

Porque é que o digital intimida tantas empresas, sobretudo entre as que mais poderia ajudar? Esta foi a pergunta que fiz num recente evento da Associação Industrial do Minho em que fui convidado a falar.
Por Jayme Kopke

 

Ao receber esse convite confesso que a minha reação foi de surpresa. Como é que a Associação Industrial do Minho ouvira falar de mim? A empresa de comunicação que dirijo até tem bons clientes, mas não é exatamente famosa – e eu próprio ainda menos. Apesar disso, quando a organização do evento procurou alguém para falar do marketing digital, o nome da minha empresa e o meu surgiram. E surgiram ligados a algum know-how na matéria – ou não nos teriam chamado a dividir o palco com empresas como a Paypal, a Google ou a Odisseias, com uma visibilidade muito maior.

"Hoje, 94% dos decisores empresariais pesquisam primeiro online, e 57% da decisão de compra é formada antes de contactar qualquer fornecedor."

Como foi possível? A resposta está na forma como usamos o marketing digital. Com recursos contados para nos darmos a conhecer, é aí que temos apostado, e este convite é mais uma evidência de que resulta. Somos mais uma empresa desconhecida que com o digital ganha uma “fama” localizada. Na maioria dos casos, a única fama que interessa.

Entendamo-nos: se a sua marca é para toda a gente – uma Coca-Cola, uma Nike – convém ter fama a sério. Mas em geral as empresas não precisam dessa visibilidade: basta-lhes ser célebres no seu nicho. Sendo que “nicho” não é significa pequeno ou limitado no espaço: nunca como hoje houve tantos desconhecidos mundialmente conhecidos. Aliás, se a sua marca visa o mercado global (e porque não?) esta é a notoriedade que deve procurar.

E a “fama” é só o primeiro passo; o seguinte é convertê-la em vendas. Hoje, 94% dos decisores empresariais pesquisam primeiro online, e 57% da decisão de compra é formada antes de contactar qualquer fornecedor. Ou seja: se a sua concorrência está online e a sua empresa não, boa sorte.

Dito isto, permanece o enigma: se o digital se tornou tão importante, porque é que tantas empresas – e não só PME – ficam de fora?

Uma explicação é que muitas, apesar de tudo, ainda não terão dado pela oportunidade: vivem tão ocupadas em sobreviver que nem notam que o mundo mudou. A esperança é que artigos como este ou eventos como o da Associação Industrial do Minho lhes abram os olhos.

Uma explicação é que muitas, apesar de tudo, ainda não terão dado pela oportunidade: vivem tão ocupadas em sobreviver que nem notam que o mundo mudou. A esperança é que artigos como este ou eventos como o da Associação Industrial do Minho lhes abram os olhos.

Outra hipótese é sentirem-se intimidadas pela tecnologia. Com as ferramentas a mudar tão rápido quem consegue manter-se em dia? Eu, por exemplo, não consigo – mas também não sinto falta. Estar em dia com cada novidade tecnológica é tão impossível como inútil. Tecnologia compra-se. O essencial não é dominá-la, mas saber o que fazer com ela.

E, neste ponto, boas notícias: se a tecnologia muda tão depressa, as bases do marketing digital nem por isso. Na verdade, são tão estáveis como as do próprio marketing. E, em particular, as do marketing direto – de que o digital é só uma variante mais poderosa e democrática.

E isto leva-nos à terceira explicação: muitos ainda não abraçaram o marketing digital porque não chegaram sequer ao marketing. Talvez porque até aqui não precisassem: tinham, por exemplo, um modelo baseado nas vendas, em bater a todas as portas, que ainda vai funcionando nalguns casos – mas cada vez menos.

Acontece que ter ou não um bom marketing é o que distinguirá cada vez mais as empresas que vingam das que fracassam. E, num mundo em que tudo é digital, o marketing não é diferente. Até porque, se um dos travões a praticá-lo eram os custos, com o digital tudo muda: o que era só para os grandes está ao alcance de qualquer empresa. E a sua, já deu o salto?

Fonte: Jornal de Negócios

Outros Artigos

partilhe
Facebook
linkedin
Whatsapp
email
fechar
close
Newsletter B2B da Hamlet - A sua fonte de conhecimento e atualização contínua sobre marketing e comunicação business-to-business
Em conformidade com o Regulamento Geral da Proteção de Dados da União Europeia, informamos que ao clicar "Subscrever":
1) Aceita receber as nossas comunicações por email.
2) Autoriza que as informações que forneceu sejam transferidas para o nosso parceiro de marketing Mailchimp para processamento.
Saiba mais sobre as práticas de privacidade do Mailchimp.
close

Newsletter B2B da Hamlet

Precisa vender ou comunicar com empresas ou públicos profissionais? Bem-vindo à Newsletter B2B da Hamlet. A sua fonte de conhecimento e atualização contínua sobre marketing e comunicação business-to-business.
Em conformidade com o Regulamento Geral da Proteção de Dados da União Europeia, informamos que ao clicar "Subscrever":
1) Aceita receber as nossas comunicações por email.
2) Autoriza que as informações que forneceu sejam transferidas para o nosso parceiro de marketing Mailchimp para processamento.
Saiba mais sobre as práticas de privacidade do Mailchimp.