Então vamos lá pôr o marketing de conteúdos na moda?
Reagindo a um post deste blog de 29 de fevereiro (Content marketing: a próxima bolha?), tivemos este comentário do Hugo Reis:
“Descubro com algum atraso a este artigo mas não queria deixar de o comentar.
É certo que podemos chegar a uma era em que o imediatismo e a pressa se tornem inimigos do marketing de conteúdos. Contudo, no mercado nacional, isto ainda nem sequer é moda. Creio que 90% dos empresários portugueses não sabem o que é exactamente o “content marketing”.
Pessoalmente, acho que pode ser a “saída do anonimato” para empresas pequenas e com bom conhecimento do seu negócio/mercado e gostaria de fornecer este tipo de serviço a mais marcas. Contudo, antes de argumentar a qualidade dos meus serviços, vejo-me sempre na necessidade de vender o conceito de marketing de conteúdos, pois muitos não conhecem o conceito nem as suas virtudes.
Concordam comigo?”
Eu concordo, Hugo. É ainda muito frequente, e não só entre empresas pequenas, reduzir o marketing à publicidade – e esquecer que, especialmente no universo digital, partilhar o próprio know-how pode ser uma maneira muito mais interessante de atrair e cultivar uma audiência até ao ponto em que parte dela fique madura para a primeira compra, o primeiro test drive, o primeiro pedido de informações.
Nunca deixa de me espantar, por exemplo, o mau uso que grandes e pequenas empresas fazem do email, tratando-o como uma ferramenta para distribuir junk mail, maus folhetos eletrónicos que vão direitinho para o spam, quando se trata de um canal tão bom para estabelecer uma reputação junto de clientes e potenciais clientes.
É claro que isto exige perseverança e paciência. Exige também não ter a ilusão de que esta é uma ferramenta é gratuita: não é. Pode ser bem mais barato do que fazer publicidade, e para certo tipo de negócios e marcas será mais eficaz também. Mas exige o tempo e a capacidade de fazer conteúdos de qualidade, criar os canais de distribuição, perceber e interagir com a tal audiência que se vai criando.
Tudo isso, como o Hugo Reis observa, está longe de ser prática corrente em Portugal. O que é uma oportunidade, certo? Não sou para profissionais de comunicação como o Hugo, ou nós aqui na Hamlet, que ajudamos empresas a usar este tipo de ferramentas, mas principalmente para as próprias empresas. Se é uma arma que tão poucos ainda usam, quem sair na frente tem uma vantagem.