O marketing é uma atitude, 2º episódio
Há uns dias, deixaram-me na caixa de correio um daqueles cartõezinhos do electricista/marceneiro/pintor do bairro. Marketing um bocado básico, não é? Mas eficaz – como se verificou logo no dia seguinte: tive um problema com a canalização e a primeira coisa que me ocorreu foi ligar para o sr. Lindolfo, o dito faz-tudo. Afinal o cartãozinho era bom marketing.
Só que, grande azar, as canalizações eram a única especialidade que ele não tinha. Pediu desculpas, agradeceu o telefonema e desligou.
Mau marketing. O que ele devia ter feito: 1. anotar o meu nome, morada e telefone; 2. ligar para um colega canalizador e mandá-lo a minha casa no mesmo dia; 3. telefonar depois, para ver se correra tudo bem; 4. de posse do meu nome e morada, mandar-me um cartão de boas festas daqui a umas semanas, para eu nunca mais esquecer que ele existe.
Ganhava eu, porque tinha o problema resolvido. Ganhava o colega, porque tinha trabalho. Ganhava o sr. Lindolfo, porque ia ter em mim não só um cliente para a vida, como alguém que o recomendaria entusiasticamente na primeira oportunidade.
O que o sr. Lindolfo teria feito nesse caso era partir da sua acção de acquisition marketing via dropmail para uma lógica de loyalty building: primeiro com o cross selling através de uma joint venture, depois com o database marketing como base para o customer relationship marketing.
Como o budget do sr. Lindolfo não dá para essas palavras importadas, ainda bem que ele não ia precisar delas. Aliás, não precisava nem sequer da palavra marketing. Uma atitude de marketing chegava e sobrava.