12 PME que mereceriam um prémio (mas só 5 vão ter)
Ao participar no júri dos Heróis PME o maior desafio não foi escolher os 5 vencedores. Entre tantas histórias empresariais inspiradoras, difícil, mesmo, foi decidir as que ficariam de fora.
Por Jayme Kopke
O prémio Heróis PME é uma iniciativa da Yunit Consulting e da SIC Notícias que a Hamlet, com muito orgulho, tem ajudado a desenvolver e comunicar.
O orgulho tem boas razões. Esta uma ação que tem gerado um grande envolvimento, mobilizando muitas empresas para participarem e seduzindo parceiros interessantes: a Delta Cafés, a Victoria Seguros, a Católica Business School.
Enquanto ação de marketing, está a cumprir os objetivos: construir marca e gerar leads para a Yunit Consulting.
Mas a satisfação maior é com o que está para lá dos objetivos de marketing.
Estes prémios nascem de uma convicção – da Yunit, mas também da Hamlet e minha – de que as empresas, particularmente as pequenas e médias, têm um papel imenso na sociedade. Mas não têm o reconhecimento e a visibilidade correspondente.
Todos os dias, a comunicação social chama ao palco sempre os mesmos: os mesmos políticos, os mesmos dirigentes, as mesmas grandes empresas, os mesmos “líderes de opinião”.
Entretanto, lá no “país real” há gente que realiza feitos incríveis. Presta serviços indispensáveis às populações e a outras empresas. Inova. Cria mercados lá fora. Mantém vivas comunidades que de outra forma sucumbiriam à desertificação do interior.
Quando chamamos estes empresários de heróis não há qualquer exagero. É mesmo aquilo que são. Deles, no entanto, pouco se fala.
Ao dar visibilidade a algumas dessas empresas, o prémio Heróis PME ganha, como bem notou um dos participantes da 1ª edição, uma dimensão de responsabilidade social. Dá a conhecer o belíssimo trabalho que fazem, e dá ao país uma coleção de motivos de orgulho.
Tomar parte no júri que escolheu as 5 histórias vencedoras, entre as 10 melhor votadas pelo público (mais as 2 candidatas ao Prémio Fénix), foi um privilégio e um desafio.
Privilégio porque as histórias que estivemos a analisar são mesmo emocionantes. Desafio pela mesma razão. Como só podíamos distinguir 5 (sendo uma obrigatoriamente com o prémio Fénix, destinado a uma empresa afetada pelos incêndios de 2017), a escolha não foi nada fácil.
Os percursos de uma PME desde a ideia inicial até ao sucesso no mercado nunca são iguais, e podem exigir diferentes tipos de heroísmo. Entre as 10 finalistas, umas mereciam ser premiadas pela inovação, outras pela coragem de superar obstáculos ou contrariar o ciclo económico. Umas são admiráveis pelo impacto social, outras pela rapidez do crescimento, outras ainda pela inteligência do seu modelo de gestão.
Mas no pódio só havia lugar para 5. Por isso, o resultado final, que será divulgado em breve, será sempre de algum modo injusto. As vencedoras merecerão, sem qualquer dúvida, o seu prémio. Mas as que tivemos de excluir provavelmente também o mereceriam.
Espero que, para o ano, havendo uma 3ª edição, voltem a candidatar-se. Assim como as muitas que não chegaram à final, embora também tivessem histórias fantásticas para contar. O simples facto de se candidatarem a um prémio com estas características, expondo-se e disputando o voto do público, já é uma forma de saírem da sombra.
Será ótimo que o reconhecimento e a visibilidade dados aos vencedores (e, em menor medida, também aos finalistas) decida ainda mais empresas a fazerem o mesmo. Que concorram, participem, contem as suas histórias – para todos possamos conhecer o muito que fazem por todos nós.