Não, não é autopromoção de pai babado.
A minha filha de 16 anos foi convocada a interpretar aqui uma das canções do seu repertório para demonstrar um ponto que tem tudo a ver com a comunicação B2B. Particularmente com a comunicação das empresas cujo orçamento de marketing nunca chega para o que é preciso.
A Maria também tem uma marca (ela própria) para promover – ou criar. Tem uma voz em que acredita e que quer fazer chegar a um público. E também tem uma verba curta para promover essa marca. Mas isso não a intimida.
Ela sabe que, no contexto certo e se o conteúdo for bom, o público que pretende atingir não vai levar a mal que as suas gravações não tenham um altíssimo padrão técnico. Se ela cantar direitinho (e a plateia parece achar que canta), o vídeo terá “likes”, comentários favoráveis e visualizações.
(Este, em particular, foi visto até hoje no Youtube 976 vezes. Não é o Justin Bieber – Deus é grande – mas é um bom score. Não dava jeito à sua marca ter um conteúdo com este número de visualizações?)
Será que a sua empresa não tem conteúdos que se encaixam exatamente nestas condições – ou seja, que mesmo gravados e difundidos em condições caseiras agradariam ao seu target e gerariam visualizações e tráfego para as suas plataformas online?
É claro que uma gravação profissional, bons acompanhantes e melhor produção podem fazer à Maria muito mais justiça (estão a ouvir o pai a falar?). E atrairão certamente ainda mais visualizações. É o que acontece no vídeo abaixo, que ela gravou num estúdio profissional em Inglaterra.
Mas, como nem sempre estas possibilidades estão à mão, a Maria vai fazendo o que a tecnologia dos nossos dias lhe permite. E que é muito. Basta pensarmos que gravou o primeiro vídeo deste post no seu quarto, com uma máquina fotográfica de 120 euros!
A sua empresa também poderia esperar pelo momento ideal para começar. Um bom guião, produção profissional (a Hamlet pode ajudar em tudo isso) não fariam certamente mal. Mas, enquanto não toma a decisão de fazer esse investimento, por que não experimenta pôr em vídeo, desde já, com os meios que tiver à mão, algum conteúdo que possa ser útil ou interessante para o seu público-alvo?
É o que têm feito marketeers experientes e profissionais como Drayton Bird ou Michael Leander. O princípio deles parece ser: no marketing online, quando o conteúdo é profissional, a forma às vezes não precisa ser. E é o que eu próprio defendi há dias, com uma cara mais feia e uma voz bem pior do que a da minha filha, neste post.
Fica a sugestão. Se resolver segui-la, aqui vão 6 princípios que a Maria parece ter usado nas suas gravações dos Avenged Sevenfold e afins, e que talvez também se apliquem à comunicação online da sua marca:
1. O momento é agora – A internet é ágil, e quem souber tirar partido dessa agilidade tem uma vantagem. Daqui a um ano talvez o seu vídeo esteja mais perfeito, mas terá perdido um ano de visualizações.
2. O conteúdo é rei – Ser interessante, engraçado, útil ou autêntico é mais importante do que ter um ótimo acabamento. Se puder ter ambas as coisas, perfeito. Senão, escolha o conteúdo.
3. Faça o que está à vontade para fazer – Corolário do anterior. Se está à vontade com a câmara (ou tem alguém na sua empresa que esteja), grave um vídeo consigo próprio. Senão, sempre pode gravar apenas a sua voz e uns slides de power point. Ou encomendar uma animação gira e low cost
para demonstrar o seu produto (a Hamlet pode dar uma ajuda). Atenção: se a sua voz é como a minha, não cante.
4. Divulgue – Não basta criar o conteúdo, ajuda dar-lhe um empurrãozinho. Crie links, associe-lhe palavras-chave, mande-o por email para a sua lista, promova-o nas suas redes sociais.
5. Aprenda enquanto faz. E vice-versa. A net, como já disse, é ágil. E tolerante. Amanhã a experiência sairá melhor. Até lá, vá fazendo.
Jayme Kopke
da Hamlet